quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Laser na Amamentação

Atualmente o uso da laserterapia para auxiliar nas intercorrências durante a amamentação tem ganhado cada vez mais espaço e procura. Mas seu uso ainda gera muitas duvidas e muitas vezes a mulher que o procura não sabe realmente como deve ser seu uso, e acaba criando expectativas erradas com relação a técnica. Então hoje vou contar um pouquinho sobre o uso do laser na amamentação, seu uso e indicações. 


O Laser é, hoje, um recurso terapêutico de grande ajuda aos profissionais que atuam no cuidado à amamentação. Ele ajuda na cicatrização de feridas e fissuras, no alívio de dor, tem ação anti-inflamatória e também ajuda no alívio de edema.
Nesse cenário usamos o Laser de Baixa Intensidade (LBI), que consiste em uma radiação não ionizante, ou seja, não tem potencial para causar danos às estruturas das moléculas. 
As luzes mais usadas são vermelha e infravermelha e a escolha por qual delas vai depender de fatores como objetivo do uso, profundidade do tecido a ser atingido, e a resposta aos estímulos podem ser influenciadas pelo tom da pele (capacidade de absorção da luz), biotipo ou sensibilidade pessoal a luz. 
Mas como ele funciona? Ao ser absorvida pelo organismo desencadeia uma sequência de modificações a nível celular, promovendo aumento da proliferação celular, de vasos sanguíneos e circulação local e, dessa forma, melhora a resposta do organismo ao processo inflamatório. Ou seja: o Laser não é solução mágica, ele não cicatriza o tecido, mas sim melhora a resposta do nosso corpo àquela situação, acelerando aqueles processos fisiológicos (o que faz com que tenha poucas contra indicações). Por isso seus efeitos serão percebidos não somente imediatamente à aplicação (como analgesia, por exemplo), mas ele segue atuando tempo depois.
Porém não devemos esquecer, nunca, que a amamentação é um processo complexo, que envolve não apenas um peito: temos ali uma mulher, um bebe, uma dupla que está aprendendo e enfrentando intercorrências,  um ambiente que pode ser favorável ou não àquela amamentação. Então não adianta termos as tecnologias mais novas a nosso favor se não atuarmos naquela díade. O laser pode ser ótimo para fissuras e feridas, porém se não se intervém na causa do problema, iremos apenas "tampar o sol com a peneira", além de deixar aquela mulher dependente da terapia, mas pouco informada e empoderada sobre si mesmo e sua experiência. 
A laserterapia é, sim, uma aliada incrível na assistência à amamentação, mas devemos reforçar sempre a nossas clientes, amigas, colegas, parentes: ele não é solução dos problemas, é um meio. Laser sem manejo clínico não faz milagre. E nem sempre ele será necessário. 


Luciana Morais
Enfermeira
Especialista em Saúde Materno Infantil e Amamentação

terça-feira, 30 de julho de 2019

A Hora do Mamaço 2019 - SMAM





Agosto e considerado o mês dourado, mês de incentivo ao Aleitamento Materno e, todo ano, de 1 a 7 desse mês comemoramos a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM). Durante essa semana acontece em diversas cidades do Brasil e do mundo A Hora do Mamaço e BH não poderia ficar de fora. Então anotem na agenda, dia 07/08, na praça de serviços da UFMG!



Esse ano, o tema da SMAM traz como tema: "Empoderar mães e pais, favorecer a amamentação" e vem nos mostrar que, para além das informações de qualidade e evidências científicas, a amamentação também precisa de uma equipe forte e empoderada, que vai desde o companheiro (a), passando pela família, comunidade, profissionais de saúde, todos trabalhando e se fortalecendo para o estabelecimento e funcionamento do processo. 
Dessa forma trazemos a discussão para a igualdade de gênero uma vez que, para que esse apoio acontece de forma mais integral, é preciso que se estabeleça medidas que garantam a tranquilidade da mãe durante os cuidados do bebê, mas também a presença do companheiro ao lado dessa mulher durante esse período. Chegamos, então, a um ponto de extrema importância e super atual, onde há tempos já se vem lutando, usando como exemplo outros países onde já existe esse apoio: uma licença maternidade/paternidade remuneradas, justas, que permitam o aleitamento exclusivo nos 6 primeiros meses e a presença o companheiro apoiando, ao lado dessa mãe, além de maior apoio e empatia por parte dos locais de trabalho.


legenda


Luciana Morais
Enfermeira especialista em Saúde Materno Infantil

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Ah, o Puerpério...

São meses de mimos, de muita atenção recebida, de cuidados. A barriga crescendo, bebê mexendo. Enjoos, dores, mal estar - tem também. Mas ah, que é isso perto das delicias de se estar grávida (pelo menos pra grande parte das mulheres, né, pois sabemos que nem todas se sentem bem durante a gestação, e isso é ok, não tem nada de errado em não se sentir maravilhosa grávida). Ai nasce o bebê. O parto dos sonhos. Ou não. Aquele bebê pequetito no colo, põe no peito, que coisinha mais linda, nossa, ninguém disse que era difícil! Cadê todas as atenções que eu tinha até uns dias atrás? Ah, agora são todas desse serzinho fofucho aqui. Hello, tô aqui!!

Bem vindas ao Puerpério!



"Alice não teve um segundo para pensar em parar antes de se ver despencando num poço muito fundo. Ou o poço era muito fundo, ou ela caía muito devagar [...] Caindo, caindo, caindo. A queda não terminaria nunca? 'Quantos quilômetros já cai até agora?' [...] Caindo, caindo, caindo." 
Aventuras de Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll


Sempre que me pego pensando sobre o puerpério, me vem a cabeça o trecho da história da Alice onde ela cai ao entrar na toca do coelho. Um túnel longo, que não vemos o fim, escuro, onde vamos caindo, sozinhas, sem saber onde chegaremos ou como chegaremos. Vemos tudo passando ao nosso redor, mas como se estivéssemos alheias. Muitos são os momentos em que a sensação é que não sairemos dali nunca. Será possível haver luz no fim do túnel? muito choro, misto de sentimentos muitas vezes opostos e confusos. Será que tem algo errado comigo? 

Bem vindas ao Puerpério!


Ao contrário do que muita gente pensa, ao falarmos de puerpério, não estamos falando apenas daquelas semanas logo após o parto onde nosso corpo se recupera e nos adaptamos a nova rotina com o bebê. Esse momento vai muito além. É um contínuo desconstruir e reconstruir, onde reaprendemos a viver, nosso lugar no mundo, quem somos. É o luto pela morte da mulher que éramos e renascimento de uma nova mulher, agora também mãe. E esse processo não poderia ser fácil. É doloroso. Mas é essencial que toda mulher possa viver seu puerpério em toda suas particularidades. É dele que sairemos mais fortes e reconstruídas, prontas para a nova vida que nos aguarda. 

Para que a mulher possa viver esse momento de forma plena é preciso que ela possa se sentir segura para mergulhar fundo, sem medo, a fusão emocional com seu bebê, passando por todas alterações físicas, emocionais, psicológicas e de rotina que esse momento traz. A nova mãe não precisa de alguém que fique com o bebê para ela fazer as coisas em casa. Ela precisa de alguém que a ajude com a casa e outros afazeres para que ela possa se entregar inteiramente a esse momento. Por isso uma rede de apoio forte e organizada é fundamental para um puerpério saudável. 

Durante cerca de 2-3 semanas pós parto grande parte das mulheres vivenciarão o que chamamos "Blues puerperal" ou "Baby Blues", que é uma melancolia pós parto, que pode ser confundida muitas vezes com uma depressão, ou mesmo frescura da mulher. Isso acontece devido a queda hormonal e é passageiro. 

Mas cuidado, mesmo que o puerpério seja um período intenso na vida da mulher, que o baby blues existe, não podemos esquecer que algumas mulheres precisarão de uma atenção maior para conseguirem lidar com as mudanças na vida. Então mais uma vez a rede de apoio pode ser o diferencial na vida dessa família. Depressão pós parto é um problema real, sério, e muitas vezes jogado para debaixo do tapete da sociedade. Então se a nova mãe, ou quem está perto perceber que algo pode não estar caminhando tão bem, não hesitem em buscar uma ajuda profissional qualificada. 

As mães também precisam ser cuidadas e acolhidas, não apenas os bebês!


*As fotos mostram algumas das várias faces do meu 3º puerpério: o mais longo e desafiador!




Luciana Morais
Enfermeira, especialista em Saúde Materno Infantil
Mãe do Arthur, da Alice, da Joana e de um anjinho no céu.

domingo, 30 de junho de 2019

Hora Dourada (ou Golden Hour)

A Hora Dourada diz respeito ao período imediatamente após o nascimento, que hoje é reconhecida como de grande importância para um bom estabelecimento do aleitamento materno, da vinculação mãe-bebê, e da adaptação do recém-nascido ao meio extra-uterino.
Durante a primeira hora após o parto, os bebês se encontram ativos e alertas, devendo ser colocados imediatamente em contato pele-a-pele com a mãe (bebês nascidos sem intercorrência e necessidade de atendimentos especializados) onde estarão aptos a darem seus primeiros passos em direção ao aleitamento materno. Nesse momento é interessante que o bebê seja deixado livre sobre o peito da mãe para que possa, sozinho, dar inicio ao processo de busca pelo peito, pega e sucção. Esse processo é facilitado pela cor da aréola, formato, cheiro, sons da mãe e ajuda a reduzir problemas de amamentação no primeiro mês, pois o contexto pós parto facilita o aprendizado da pega e sucção corretas (que pode ser a diferença em mulheres com mamilos planos ou invertidos).
A amamentação na primeira hora, também, favorece a fase III da lactação, ajudando na descida do leite maduro (apojadura), ajudando na manutenção do aleitamento nos primeiros dias de vida do bebê. Um bom começo favorece uma amamentação mais segura e tranquila, e ajuda na redução de desmame precoce. O colostro ("primeiro" leite, que é produzido até que haja a apojadura) é considerado a primeira vacina, dessa forma quanto antes o contato com essas primeiras gotinhas, mais rápidos os benefícios que ele oferece, como o inicio da colonização da flora intestinal.
O contato pele a pele imediato após o parto favorece a criação e fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê, permite o "imprinting", momento onde há a primeira troca de olhares entre a dupla passando segurança ao bebê e confiança à mãe. Momento onde se conhecem e reconhecem.
A adaptação do bebe ao mundo fora da barriga da mãe torna-se mais tranquila, uma vez que é possível um corte de cordão tardio, levando a uma transição suave, e o bebê encontra-se em um ambiente onde reconhece cheiros, sons e carinho. Ajuda na manutenção da temperatura corporal, pois o corpo da mãe o aquece. A pele do recém nascido é colonizada com as bactérias da flora materna, ao invés de bactérias comuns do hospital, bactérias essas que serão de seu convívio. Diminui o risco de infecções e complicações no pós parto. Favorece eliminação de mecônio (primeiro cocô do bebê).
Para a mãe, além de ajudar na produção láctea, auxilia a involução uterina, reduzindo o risco de hemorragias pós parto.

Contato pele a pele imediato

Amamentação na primeira hora e participação do pai

Golden Hour
Converse com o profissional que acompanha seu pré natal, e não esqueça de colocar no plano de parto sobre a importância do contato pele a pele e o bebê vir para o seu colo após o nascimento. É direito de vocês. Bebês que nascem tranquilos podem receber as primeiras avaliações e cuidados no colo da mãe,  qualquer outro procedimento de rotina pode esperar.



Luciana Morais
Enfermeira especialista em Saúde Materno Infantil e Aleitamento Materno

terça-feira, 11 de junho de 2019

O banho do Bebê


Ta aí uma coisa que vou sentir saudade dos tempos de filhos bebês: a hora do banho! Sempre achei uma delicia dar banho em bebês (Migas, podem me chamar pra dar banho nos filhotes de vocês quando tiverem!!!). Mas como tudo na maternidade, é um momento que também envolve inseguranças, dúvidas... Então vamos entender um pouco mais?


Nasceu o bebê. A mãe o recebe, um tempo depois, já vestido, penteado e banho tomado. Parece cena de novela, mas infelizmente era cena comum até pouco tempo atrás nas maternidades (e acredito que muito lugar ainda seja assim!). Mas será que é esse o melhor mesmo para aquele bebê que acabou de nascer e sua mãe?
Atualmente já se sabe o quanto um banho precoce pode ser prejudicial a adaptação do bebê à vida extrauterina e também ao aleitamento materno. Ao nascer, a pele do bebê está coberta por uma gordura branca, chamada vérnix. Esse vérnix contém vitaminas, proteínas e serve como proteção para a pele, ajuda a manter a temperatura corporal, além de hidratar a pele do bebê. Também atua como barreira contra bactérias. O ideal é que este seja secado delicadamente, de forma a não remover o vérnix pelo menos nas primeiras 12h de vida.



Outro motivo que faz valer a pena adiar o primeiro banho do bebê é a amamentação: quanto mais procedimentos o recém nascido recebe nas primeiras horas de vida, menos tempo de contato pele a pele ele tem com a mãe. Esses momentos são fundamentais para a adaptação extrauterina e todos os fatores já citados acima, além da amamentação precoce, que favorece estabelecimento da mesma, além do fortalecimento do vínculo com a mãe, uma vez que nesses primeiros momentos o pequeno está bem alerta e seus reflexos em busca do conhecido: cheiro, voz, som... Quanto mais se permite esse pele a pele, mais se favorece um começo positivo para a amamentação. Esse contato precoce está previsto na Iniciativa Hospital Amigo da Criança, sendo o passo 4. 

E no dia a dia, como deve ser o banho?

Passadas as primeiras 12-24 horas, ou quando os pais acharem o momento ideal, hora do primeiro banho. Não é de primeira necessidade o uso de sabonetes, shampoos e afins em bebês pequenos; além do risco de alergias, os pequenos não se sujam dessa forma. A necessidade maior é nas áreas íntimas, para retirada de resto de xixi e coco, e nas dobrinhas, onde suam (principalmente épocas de calor). Escolha sempre sabonetes neutros e sem perfumes. Os líquidos costumam ser os mais indicados pelo seu Ph mais parecido ao natural da pele. Os primeiros banhos podem ser momentos apenas de relaxamento, com o bebe enrolado em uma toalha fralda, para proporcionar segurança e conforto, e pode ser dado no balde, banheira ou chuveiro, onde  a família se sentir segura. Não há regra. Lembrem-se sempre de deixar a roupinha já separada, pronta para vesti-lo assim que sair!
Não há muito mistério na rotina de banhos do bebê. Escolha um horário que se adapte melhor ao seu dia (muitas famílias gostam de dar o banho pela manhã, outras após o almoço), cuide apenas para que não seja um horário mais friozinho (locais frios pode ser interessante o uso de um aquecedor). Quando mais de um banho por dia, o uso do sabonete deve ser limitado a apenas um desses momentos (exceto nas partes intimas, para limpeza de restos de xixi e coco). E à noite pode ser uma delícia um banho de balde relaxante antes de dormir! 

Faça do banho um momento de alegria, de conexão e muito carinho entre vocês!








Luciana Morais
Enfermeira especialista em Saúde Materno Infantil e Aleitamento Materno

terça-feira, 21 de maio de 2019

Os 5s e novos vídeos

Eba, temos vídeos novos no nosso canal!! Corre lá pra assistir nossos vídeos! Tem "rapidinhas" com as amarrações dos slings, uma nova série que estamos criando, com direito a filmagens que deram errado.

E em especial, um vídeo falando sobre a técnica dos 5s, tecnica do dr. Harvey Karp em seu livro "O bebe mais feliz do pedaço", que auxilia a acalmar os pequenos e no período de exterogestação.













Um pouco de muita fofura, pra finalizar






Luciana Morais

Enfermeira especialista em Saúde Materno Infantil

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Consultoria em Amamentação - o que é?


Em nossa sociedade moderna, muitas vezes, crescemos sem ver outras mulheres amamentando, ou seja, não temos exemplos nem mesmo dentro da própria família e, com isso, perdeu-se a naturalidade do aleitamento materno. 
Amamentar é um ato natural. Mas ser natural não significa que seja totalmente instintivo e simples, bastando apenas colocar o bebê ao seio que tudo funcionará como algo que esteve ali sempre. É um processo que precisa ser aprendido tanto pela mãe quanto pelo bebê pois ambos estão ali fazendo aquilo pela primeira vez, se conhecendo, se reconhecendo, construindo e fortalecendo o vínculo iniciado - ou não - durante a gestação.
Ao longo da gestação ouvimos diversas opiniões sobre como nos preparar para amamentar. receitas que parecem mágicas, muitas vezes ultrapassadas. Temos, sim, como nos preparar antes: informação é fundamental. Participar de rodas com mães que já passaram pela amamentação, enfrentaram dificuldades, cursos com profissionais capacitados, junto com parceiros e quem estará com vocês em sua rede de apoio. No momento do nascimento, o respeito à Hora Dourada também é de extrema importância para um bom começo: o contato pele a pele precoce, amamentação na primeira hora, alojamento conjunto. Um ambiente que favoreça a mulher estar disponível a seu bebê, sem se preocupar com o redor também faz diferença. 
Porém, mesmo se cercando da melhor forma possível, dificuldades podem surgir ao longo dessa jornada, principalmente ao longo do primeiro mês pois, como foi dito acima, amamentação e um processo de aprendizagem. E é nesse momento que uma consultoria em aleitamento materno pode ser a diferença para a dupla mãe e bebê, uma vez que a Consultora é aquela profissional qualificada para avaliar mãe, bebê e a díade, com um olhar não somente para peito-boca do bebê, mas sim a dupla como um todo, com todos os aspectos emocionais, dificuldades e mudanças que a maternidade pode trazer. Dessa forma, identificadas as dificuldades, criar planos de ações e intervenções individualizados, sem esquecer da realidade e desejos de cada família, a fim de resolver da melhor forma possível as dificuldades e intercorrências iniciais.

Consultoria em Amamentação: Promoção, apoio, acolhimento e empatia, buscando tornar a Amamentação uma experiência prazerosa!




Luciana Morais
Enfermeira - Consultora Materno Infantil
cheirodemae@hotmail.com
@cheiro_de_mae

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Leite Materno tem prazo de validade?


“Ela mama ainda? Nossa, já vai mamar de novo? Até quando essa menina vai mamar? Mas sai leite? Credo, acho tão feio criança grande mamando. Pra que ela mama ainda? É dependência da mãe, né? Nessa idade o leite não tem mais nada. Nossa, mas ela vai ficar muito dependente desse jeito.”

Estes são alguns dos comentários que toda mãe que amamenta uma criança além do primeiro ano de idade está cansada de ouvir. É só sair de casa, a cria pedir pra mamar que começam os olhares de reprovação, curiosidade, espanto e comentários. Pra não ser injusta algumas pessoas se espantam pro ‘bem’: “Gente, que gracinha! Que coisa boa! Ah, tem que aproveitar, né, eles crescem tão rápido!”. E esses comentários arrancam sorrisos orgulhosos da boca de toda mãe. Mas seja boa ou não, a reação diante de uma criança maiorzinha ao peito sempre causa estranheza e assombro.
Vivemos em uma sociedade onde a cobrança começa cedo, ainda mesmo antes de nascer. Os bebês tem hora pra nascer, hora pra mamar, hora pra sentar, engatinhar, andar, ir pra escola... Não há tempo para esperar o curso natural de desenvolvimento e paciência para esperar que a maturidade, a independência venha na hora certa, cada um a seu tempo. Essa independência gera tanta ansiedade em pais, avós, quem quer que esteja acompanhando o desenvolvimento da criança que muitas vezes impede que a dependência seja vivida de forma saudável e plena. Bebês são dependentes. Crianças pequenas são dependentes. E precisam ser, para assim aprenderem, aos poucos, em seu ritmo, a lidar com cada dificuldade que a vida lhes apresentar. Pois sabem que se precisarem, tem um colo, um peito onde se acalentar, onde recuperar sua confiança. O aleitamento prolongado traz a tona esse medo da dependência. Acreditam que se a criança não ‘larga do peito da mãe’ ela se tornará dependente da mesma enquanto o aleitamento existir. E além dele.
Porém ao contrário do que o senso comum prega (e pasmem, muitos profissionais de saúde!) Manter o aleitamento materno até os 2 anos ou mais, respeitando o tempo natural de desmame da criança, enxergando-o como um processo fisiológico, natural e necessário permite que a criança cresça mais segura de si e independente, uma vez que a proximidade com a mãe a torna segura emocionalmente.
Sobre o leite ‘virar água’ ou não ter mais função após os 6 meses, ou 1 ano de idade, é outra afirmação totalmente infundada. Sabe-se que após o primeiro ano de vida o leite materno continua oferecer nutrientes de forma significativa à criança:
- 95% Vitamina C
-45% Vitamina A
-38% Proteínas
- 31% Gorduras  
Continuar amamentando constitui uma forte prevenção contra obesidade na infância e vida adulta!
Além dos componentes nutricionais, o leite materno é uma importante fonte de fatores imunológicos. Sabe-se que os fatores de imunidade do leite materno aumentam a medida que o bebe cresce e mama mais, inclusive durante a fase de desmame. Dessa forma, crianças amamentadas de forma prolongada recebem proteção contra doenças infecciosas, metabólicas, alérgicas na infância e na vida adulta. Mesmo quando adoecidas, crianças amamentadas apresentam melhor recuperação.

Cada vez mais estudos sobre os benefícios da amamentação e amamentação prolongada são realizados, comprovando sua importância e a necessidade de apoio e incentivo. Dessa forma o aleitamento não é apenas opção, porém questão de saúde para mãe e bebe.
Já passou da hora da sociedade voltar a enxergar o aleitamento materno da forma como ele é, algo fisiológico e natural, um momento de trocas, vinculo, nutrição, proteção e conforto para mãe e bebê. O momento do desmame é algo que cabe somente a mulher e sua cria, e deve acontecer no momento em que ambos percebam que estão preparados para tal, e não por pressão de terceiros (sejam familiares, desconhecidos, médicos ou qualquer outra pessoa). E quando esse momento chegar, que seja de forma respeitosa, gradual, sem mentiras, com muito diálogo e acolhimento. Muito além que vício ou mania, a amamentação prolongada garante nutrição para o corpo e para a alma.   

Luciana Morais, que amamentou um rapazinho por 9 meses, uma mocinha por 3 anos e 11 meses e agora amamenta uma terceira florzinha há 1 ano e 10 meses, e contando, e que já aprendeu fazer cara de alface aos comentários desnecessários.

*Texto originalmente escrito e postado no Gestar MG, em agosto de 2014!
Referências:
BORGES, L.S. [coordenador] Manual de aleitamento materno. Barueri, SP: Manole, 2013.
GOLDMAN,A.S. et al. Immunologic components in human milk during the second year of lactation. Acta F´aediatr Scand 1983; 722:133-34.

VICTORA, C. G. Et al. Is prolonged breastefinding associated with malnutrition? Am J Clin Nutr 1984; 39: 307- 14.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

CORES DE MINAS



2019 chegou trazendo com ele a nova coleção CORES DE MINAS! 



Uma coleção totalmente inspirada nessas terras cheias de histórias e belezas. Cores, cheiros e tradições se fundem e se confundem com a própria história de Minas. Montanhas e céus dividem o horizonte numa silhueta única, singular, permeada por rios que nutrem o seio das terras Gerais. Esta é Minas Gerais, nossa amada terra ancestral. De temperos de cheiros e cores, texturas e tecituras que compõem nossa culinária aos inúmeros biomas que aqui se instalam; Minas são muitas, mas são únicas.Tudo isso nos inspira a trazer para nossos produtos a tradição, a beleza, a singularidade das Cores de Minas. Bem vindo à nossa terra!

Slings de Argolas, Redes para berços, Pouch Sling e Rebozos, todos produzidos em Tear Manual,
com suas tramas simples, com desenhos que remetem às famosas mantas e redes encontradas pelos
cantos de Minas. Pensados, tecidos e criados para oferecer maior conforto, frescor, leveza, suporte, durabilidade e, consequentemente, qualidade a nossos produtos!






sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Quem tem medo de dentista?

Ou seria quem tem medo de gestante??



O atendimento odontológico normalmente já causa certa apreensão na maioria das pessoas. Durante a gestação e lactação essa apreensão é muito maior. São muitos medos relacionados ao que pode ser feito ou não, quais medicações podem ser tomadas ou não, se a gestante/lactante pode tomar anestesia...enfim, uma série de dúvidas, que são pertinentes, e uma quantidade maior ainda de mitos. Vale ressaltar que as inseguranças não são somente das gestantes/lactantes, mas também de muitos profissionais, que na melhor das intenções em não causar um mal à mãe ou ao bebê, muitas vezes evitam de realizar procedimentos em mulheres grávidas ou que amamentam. O melhor para sanar muitas das dúvidas é informação.

Um pré-natal adequado é de suma importância para uma gestação tranquila e segura. Uma parte muito importante deste cuidado é o exame odontológico da gestante. Existem demandas odontológicas específicas das gestantes, geradas em função da série de alterações hormonais, alimentares e psicológicas ocorridas na gravidez. 
Além disso, as demandas odontológicas independentes da gravidez continuam ocorrendo, e é de fundamental importância que o cirurgião-dentista esteja preparado para atender a gestante com segurança e qualidade. Adequações específicas no manejo clínico, terapêutica medicamentosa e na solicitação de exames complementares se fazem necessárias para que se possa definir com clareza quais procedimentos podem ser realizados, qual o melhor momento para realizar, e para aqueles contra-indicados, escolher a melhor alternativa clínica para aquela gestante específica.

Durante a amamentação a preocupação maior torna-se acerca do uso dos medicamentos. Atualmente temos bastante estudos sobre a segurança de medicamentos na amamentação, e uma gama de substâncias seguras para serem usadas nesse período. Na dúvida contamos com manual do Ministério da Saúde para nos orientar de acordo com a necessidade. 

O que não pode e ficar com dor e sem tratamento necessário!


Victor Morais
Cirurgião Dentista
Especialista em Prótese Dentária

domingo, 20 de janeiro de 2019

Como escolher um bom sling?

Comprar um bom sling nem sempre é uma tarefa simples.
Vemos por ai, tanto em lojas como em sites de vendas, carregadores lindos, porém feitos com materiais não tão indicados, de qualidade, tornando-os inseguros e/ou impróprios para uso.
Existem alguns pontos essenciais na compra de um sling de qualidade:

1) ARGOLAS



As argolas precisam ser próprias para sling. Argolas de cortina ou de bolsa não servem para carregar bebê, pois a maioria tem emenda, não foram submetidas a testes de qualidade, não suportam muito peso, podendo ocasionar,  com o uso, o rompimento das mesmas ou o desgaste do tecido, com uma possível queda do bebê.
Hoje temos, para slings, 2 tipos de argolas mais indicados:
Nylon injetado ou Alumínio (importada e nacional), ambas são fabricadas apenas com a finalidade de compor os sling: não tem emendas, não são tóxicas, não quebram, não entortam, oferecendo, desta maneira, segurança para seu bebê. Na Cheiro de Mãe damos preferência às argolas RingSling, importadas, em alumínio anodizado, garantindo segurança e beleza em nossos produtos!

2) TECIDO



O tecido precisa ser resistente, firme e confortável. Beleza não é tudo.
Normalmente são usados tecidos em algodão, pela qualidade, conforto, e por reduzirem os riscos de reações alérgicas. Tecidos planos são os mais versáteis e indicados, pois não cedem com o peso do bebê/criança, garantido uma amarração e suporte firmes durante todo o uso, além de permitirem um limite de peso maior que outros tecidos.
Temos também, para wraps, os tecidos elásticos, que serão interessantes àquelas pessoas que estão iniciando no carregar, e bebês pequenos, uma vez que o limite de peso desse tipo de tecido é menor (por volta de 10-12 kg). Eles costumam ser bem fáceis de ajustar, e permitem que se use de forma pré amarrada.
Outro ponto super importante de se observar nos tecidos, é que não sejam finos demais, de forma que suas beiradas se tornem cortantes com os ajuste e a tensão, o que pode acabar desconfortável e machucando os pequenos.
O tecido não pode ter emendas, pois também comprometem a segurança do produto.

3) COSTURA

No sling de argolas precisa ser reforçada, para dar uma melhor sustentação e oferecer melhor conforto e segurança ao bebê e a quem o carrega.
No wrap, o tecido precisa ser inteiro, não sendo permitidas emendas, que podem se soltar e causar acidentes.
Tecidos semi elásticos ou aqueles que se deformam (não retornam a formação inicial) não são tão legais, pois não garantem um suporte e apoio adequados.

Esses são os principais pontos ao comprar um sling. O ideal é que se tenha oportunidade de tocar, experimentar, ver de perto cada modelo e tecido para que assim possa escolher aquele que mais se encaixe as suas necessidades,  e que sua escolha seja feita com segurança e certeza de qualidade e boa procedência. Afinal é o maior tesouro que será carregado ali, por isso, segurança é essencial nesse produto!


Benefícios do uso dos slings




Vocês sabem porque insistimos tanto que amarrar esses panos nos bebês é muito legal? Porque além de ser muito delicioso ter os pequenos ali, juntinho da gente,  carregá-los junto ao corpo traz inúmeros benefícios! Vejam alguns:


Para você:
  • O sling distribui por igual o peso do bebê, não sobrecarregando nenhuma parte do seu corpo, o que possibilita carregá-lo por um período maior de tempo de forma confortável.
  • Carregando um bebê num sling suas mãos ficam livres, permitindo executar outras tarefas ou segurar a mão do seu filho mais velho enquanto você “slinga”.
  • A mãe pode amamentar com mais discrição em lugares públicos.
  • O uso do sling aumenta a interação da mãe com seu bebê, uma vez que com ele pertinho, estamos sempre conversando, olhando, cantando, mostrando coisas e estimulando o bebê. Assim o sling favorece o VÍNCULO entre ambos.
  • Slings custam menos que carrinhos e são muito mais charmosos.

Para o bebê:
  • Permite ao bebê uma transição mais tranquila do útero para “o mundo”.
  • Confortável para o bebê, pois não comprime nenhuma parte do seu corpo, é como se ele estivesse em uma rede.
  • O bebê é mantido à temperatura da mãe, com o cheiro dela, bem como o ritmo cardíaco e respiratório, voz, além do mesmo embalo que sentia quando estava na barriga.
  • Num carrinho o campo de visão do bebê é na altura de nossos joelhos, já no sling seu campo de visão é semelhante ao nosso, o que estimula o bebê na medida certa.
  • Bebês carregados em sling choram menos, desenvolvem um maior tônus muscular e senso de equilíbrio, visto que ao ser carregado os movimentos naturais da mãe incentivam o bebê a movimentar o próprio corpo, pescoço e cabeça.
  • O acesso a comida é muito mais rápido e isso é reconfortante, aumentando sua segurança.
  • Bebês slingados são mais tranqüilos, choram menos, dormem melhor e são mais seguros. Tem um desenvolvimento melhor que a maioria dos bebês.
  • Há redução de cólicas e uma melhor digestão com o uso do sling.
  • Bebês slingados são mais felizes e sentem-se mais amados.

Você sabe o que é um sling?

Você não sabe o que é um SLING? 

Tudo bem, a gente explica!


SLING é o nome dado aos carregadores de bebês não estruturados. Sua tradução literal é “tipoia”, e nada mais são que um tecidos que formam a tipoia, ou rede, no corpo do carregador, onde os bebes/crianças são carregados de forma confortável e fisiológica, dando liberdade a quem carrega. Aqui, na Cheiro de Mãe, você encontrará dois modelos diferentes de slings: Wrap e de Argolas.

SLING DE ARGOLAS são constituídos por uma faixa de tecido e duas argolas, próprias para confecção de slings. o tecido e ajustado ao corpo do bebê/criança através das argolas, permitindo o ajuste ponto a ponto ao longo de todo o corpo. Aqui na Cheiro de Mãe damos preferência às argolas de alumínio, importadas, da RingSling, ou nacionais, da Argolas para Slings. 
Vítor e Fernanda


No Sling você pode amamentar seu bebê

WRAP SLING são faixas de tecido, que podem ter tamanhos variados. Essas faixa são amarradas ao corpo do carregador para acomodar o bebe/criança. Encontramos também tecidos variados, que conferem características diferentes aos wraps, adaptando-os as demandas e necessidades de cada família. É possível uma grande quantidade de amarrações com o wrap sling de acordo com a posição desejada para a criança (barriga com barriga, lateral, costas). Também permite um ajuste ponto a ponto no corpinho do bebe., garantindo segurança, conforto e ergonomia.

Alice e Luciana

Joana e Luciana

Segurança no sling

Para que possamos usufruir de todos os benefícios de carregar no sling, precisamos estar atentos às questões de segurança, tanto para o bebê que será carregado quanto para quem está carregando. Os pontos principais estão listados a seguir:


  • Tecido deve estar sempre bem ajustado ao corpo de quem carrega e do bebê, sem pontos frouxos;
  • A altura ideal do bebê no carregador é a altura de um beijo: quando conseguimos dar um beijinho neles sem esforço;
  • Rostinho sempre visível, cabecinha sempre pra fora. nunca devem estar totalmente dentro ou escondidos no tecido;
  • Queixinho sempre mais elevado, cuidado para que ele não fique forçado em direção ao peito do bebê;
  • Tecido ajustado ponto a ponto por toda a coluna do bebê, que deve formar um C;
  • Tecido de joelho a joelho, posição de 'sapinho', formando um M com as perninhas;
  • Dê preferência, sempre, a posições verticais, bebê voltado para quem carrega. Posições berço (deitado) devem ser usadas para amamentação, logo retornando a posição vertical, e posições 'de frente pro mundo' são desaconselhadas;
  • Esteja atenta ao desenvolvimento do seu pequeno para determinadas posições e carregadores;
  • Respeite o limite de peso para cada carregador/tecido, especificados pelo produtor;
  • Nos slings de argolas fique atento se as argolas são próprias para uso em slings, sem emendas, de nylon injetado ou alumínio;
  • Carregar deve ser confortável para o bebê e para você, e é super seguro quando feito de forma consciente e correta. Use, abuse e curta cada momento do seu bebê juntinho a você!!!