quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Laser na Amamentação

Atualmente o uso da laserterapia para auxiliar nas intercorrências durante a amamentação tem ganhado cada vez mais espaço e procura. Mas seu uso ainda gera muitas duvidas e muitas vezes a mulher que o procura não sabe realmente como deve ser seu uso, e acaba criando expectativas erradas com relação a técnica. Então hoje vou contar um pouquinho sobre o uso do laser na amamentação, seu uso e indicações. 


O Laser é, hoje, um recurso terapêutico de grande ajuda aos profissionais que atuam no cuidado à amamentação. Ele ajuda na cicatrização de feridas e fissuras, no alívio de dor, tem ação anti-inflamatória e também ajuda no alívio de edema.
Nesse cenário usamos o Laser de Baixa Intensidade (LBI), que consiste em uma radiação não ionizante, ou seja, não tem potencial para causar danos às estruturas das moléculas. 
As luzes mais usadas são vermelha e infravermelha e a escolha por qual delas vai depender de fatores como objetivo do uso, profundidade do tecido a ser atingido, e a resposta aos estímulos podem ser influenciadas pelo tom da pele (capacidade de absorção da luz), biotipo ou sensibilidade pessoal a luz. 
Mas como ele funciona? Ao ser absorvida pelo organismo desencadeia uma sequência de modificações a nível celular, promovendo aumento da proliferação celular, de vasos sanguíneos e circulação local e, dessa forma, melhora a resposta do organismo ao processo inflamatório. Ou seja: o Laser não é solução mágica, ele não cicatriza o tecido, mas sim melhora a resposta do nosso corpo àquela situação, acelerando aqueles processos fisiológicos (o que faz com que tenha poucas contra indicações). Por isso seus efeitos serão percebidos não somente imediatamente à aplicação (como analgesia, por exemplo), mas ele segue atuando tempo depois.
Porém não devemos esquecer, nunca, que a amamentação é um processo complexo, que envolve não apenas um peito: temos ali uma mulher, um bebe, uma dupla que está aprendendo e enfrentando intercorrências,  um ambiente que pode ser favorável ou não àquela amamentação. Então não adianta termos as tecnologias mais novas a nosso favor se não atuarmos naquela díade. O laser pode ser ótimo para fissuras e feridas, porém se não se intervém na causa do problema, iremos apenas "tampar o sol com a peneira", além de deixar aquela mulher dependente da terapia, mas pouco informada e empoderada sobre si mesmo e sua experiência. 
A laserterapia é, sim, uma aliada incrível na assistência à amamentação, mas devemos reforçar sempre a nossas clientes, amigas, colegas, parentes: ele não é solução dos problemas, é um meio. Laser sem manejo clínico não faz milagre. E nem sempre ele será necessário. 


Luciana Morais
Enfermeira
Especialista em Saúde Materno Infantil e Amamentação

Nenhum comentário:

Postar um comentário