terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Desfralde: tá na hora?

Joana recém completou 1 ano e 8 meses (20 meses) e já começamos a ouvir comentários como "já está desfraldando?" "Não vai desfraldar não" "já passou da hora de tirar a fralda dessa menina" "Mas você em comprou penico ainda" e por ai vai.... Vejam bem... ela nem completou 2 anos ainda! E ai, o que vocês pensam sobre essas cobranças? Quando acham que é hora de iniciar o desfralde?



Não será a primeira nem a última vez que falarei sobre como a sociedade vem cada vez mais cobrando dos bebês que amadureçam mais e mais cedo, exigindo que sejam independentes no momento em que precisam ser dependentes. E o desfralde é mais um momento que vem sofrendo essa pressão, o que deixa pais cada vez mais inseguros, bebês guiados de forma não tão legal... 

Um desfralde mal conduzido pode levar a consequências que vão acompanhar essa criança ao longo da vida, da infância a adolescência e, se não tratadas, até a vida adulta. Exemplos de problemas gerados por um desfralde forçado são: infecções urinárias frequentes, intestino preso (por segurar a urina e as fezes por muito tempo para não ir ao banheiro ou não fazer nas calças), enurese e/ou encoprese (urinar e evacuar de forma involuntária)...

Para um desfralde tranquilo é preciso que estejamos atentos aos sinais que os pequenos nos dão que estão prontos para esse momento.  Aqui em casa acreditamos e buscamos, sempre, respeitar o momento de cada criança em seu desenvolvimento, para que cada marco seja alcançado de forma mais natural, respeitosa e saudável possível. No desfralde não seria diferente. Cada criança, em seu tempo, não podemos comparar nem mesmo irmãos! E quais sinais devemos estar atentos que este momento está chegando? gosto muito da linha de pensamento que diz sobre as seguintes três fases que toda crianças vão passar:

- Fiz xixi/cocô
- Tô fazendo xixi/cocô
- Quero fazer xixi/cocô

A partir do momento que a criança começa a conseguir identificar a vontade de urinar/defecar, é sinal que o desfralde provavelmente será sucesso! Confiemos em nossos pequenos! E não se esqueçam: escapes aconteceram, fato! Não significa erro, não é vergonha, não é motivo para briga! 

Então bora por fim no desfralde forçado e sim ao desfralde respeitoso, no tempo de cada bebe? seja aos 18, aos 24 ou aos 30 meses, cada criança tem seu tempo que merece ser respeitado, não nos deixemos levar por pressão de desconhecidos, família ou mesmo escolinhas (que são mestre em 'desfralde coletivo' forçado). Se você percebe que seu bebe não está realmente preparado, respeite, converse na escola, não o exponha. 

💜💜💜💜

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Vivendo com a Alergia Alimentar

Quem me acompanha pelas redes sociais já deve ter me visto falar, algumas vezes, sobre as alergias alimentares da Joana. Além da alergia ao leite de vaca (APLV) ela é, também, alérgica a soja, ovo e milho. Dessa forma seguimos uma dieta bem regradinha de restrição destes alimentos. Mas não é fácil. Por mais que saibamos que existe vida após o diagnóstico nunca esperamos e e um choque. Lembro quando eu ouvi pela primeira vez foi um choque, mesmo que já suspeitasse, e a partir dali já nem lembro mais o que foi dito na consulta, pois minha cabeça ficou a mil. E a partir daí e ir atrás de informação, mudança de hábitos... Enfim...

Nos dias 13 a 17 de agosto aconteceu o I Fórum Nacional de Alergia ao Leite de Vaca, organizado pela querida Raquel Righi, nutricionista e também mamãe de uma criança com alergia alimentar, onde diversos profissionais incriveis (inclusive a Fer Yud,  criadora da Cheiro de Mãe) falaram um pouco sobre a APLV, com muita informação valiosa. 



Participei do fórum, não apenas acompanhando as palestras, mas também com meu depoimento de ser mãe de uma crianças com APLV, que vou postar pra vocês abaixo. 
Também conversei um pouco sobre nosso dia a dia com a Maria Carolina, do Canal Infantil

Vocês podem ler a entrevista clicando em Familia e alergia alimentar. Entrem, leiam e deixem seu comentário. =)


Assistam o video e me contem o que acharam! Tem dúvidas? Também convive com a alergia? Deixe um comentário e conte um pouco da sua história também! Se tem uma coisa que gosto é trocar experiências! =)

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

10 motivos para NÃO usar intermediários

Retirada de http://grupovirtualdeamamentacao.blogspot.com/2014/10/o-bico-intermediario-nao-ajuda-so-piora.html



Bicos intermediários, ou 'protetores de mamilo (sqn), como são mais popularmente conhecidos, são rotineiramente indicados por profissionais e outras mães com promessa de ajudar o bebe a mamar, proteger o peito dos traumas mamilares, facilitar a pega do bebe (principalmente para mães com mamilo plano ou invertido), ou seja, como item importantíssimo, fundamental e milagroso para salvar o aleitamento. Mas será que essas indicações são realmente reais? 
Atualmente já se sabe que não. Já temos evidências suficientes para provar que este, como qualquer outro tipo de bicos são bastante prejudiciais ao aleitamento materno. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria não há nenhuma comprovação que os intermediários sejam seguros para a manutenção da produção de leite materno.

Dessa forma listei abaixo 10 motivos (baseados em Evidências, e não em crenças) para não fazer uso dos bicos intermediários (BI pra facilitar):

1- Os BI levam a uma movimentação reduzida do movimento de ordenha dos bebes, prejudicando a sucção;
2- Dessa forma temos uma estimulação insuficiente da mama;
3- O bebê cansa mais facilmente devido ao esforço;
4- Contato com o silicone é a mesma coisa que o contato com a pele da mãe, com o cheiro da mãe, temperatura da mãe? Não, né...
5- Textura e elasticidade diferentes da mama;
6- Pressão é feita de forma errada, mais forte, ou seja, traumas mamilares vêm com tudo!
7- Mamadas mais demoradas, menos eficientes;
8- Menor estimulação da produção materna;
9- Consequente queda no ganho de peso, que leva a complementação com leites artificiais;
10- DESMAME!

O manejo correto da amamentação é o maior segredo para o sucesso da mesma, então se estiver com problemas, dificuldades, procure um profissional preparado para a ajuda correta. Se for ajudar outra mãe, indique um Banco de Leite Humano, uma boa Consultora em Aleitamento Materno, um profissional especializado em aleitamento materno! 

Retirada de http://reactionface.net/images/original/154.jpg

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Noites tranquilas



Garantir uma boa noite de sono, segura, é uma preocupação de todo pai e mãe. Quem nunca acordou de madrugada pra ver se o bebê estava respirando? Ainda hoje eu coloco a mão sobre a barriguinha da Jojo no meio da noite pra ter certeza que está tudo bem, e ela recém completou seu primeiro aninho de vida! Aqui somos adeptos à cama compartilhada, cosleeper (da Jojo é o berço sem uma lateral de grades), sempre atentos à segurança seja no berço, seja na nossa cama.

São simples os cuidados para que se tenha segurança no sono de bebês, diminuindo, assim, os riscos de sufocamento ou morte súbita. Não é preciso nada de caro ou dificil de encontrar. Nesse caso vale a máxima: menos é mais!

Então vamos lá:

-Protetores de berço: eles devem ser abolidos do enxoval. Não, nem aqueles mais fininhos são seguros. Os protetores de berço apresentam risco de sufocamento, pois se o bebe se movimenta e fica com o rostinho virado pra eles não tem capacidade para sair daquela posição, podendo sufocar. São também uma fonte infinita de ácaros e poeira, o que leva a quadros alérgicos. Se o protetor tiver detalhes que podem se soltar, botoes, olhinhos, o pequeno pode vir a engolir essas pecas. ou mesmo se machucar. E ainda, em caso de crianças maoirzinhas, que já ficam em pé, podem tentar escalar os protetores, levando ao risco de queda. Então, por mais fofos e lindos que forem, nada de protetores! e isso vale também para bichinhos de pelúcia, almofadas, etc. Ah! mas e se o bebe rolar e bater a cabeça, ou bracinhos ou perninhas? Dificilmente o bebe vai bater com força suficiente pra se machucar. então dá pra ficar tranquilos.

-Cobertas, cobertores, lençóis, travesseiros, colchão: o colchão deve ser do tamanho exato do berço, firme, com o lençol grande suficiente para cobri-lo todo (de preferencia aos de elásticos, que prendem melhor), sem pedaços frouxos e sem ficar esticado demais, fazendo com que possa se soltar com movimentos. Cobertas e cobertores devem ser evitados mas, se achar necessário, nunca ultrapassem a altura do peito dos bebes, e prenda-os às laterais do berço para evitar que embolem ao longo da noite e cubram o rostinho. O ideal e que usemos roupas mais quentinhas (em épocas mais frescas) e sacos de dormir. Assim eles estarão protegidos toda a noite sem perigo. travesseiros não são necessários. Mas se for usar, prefira aqueles mais fininhos.

-Posição: a posição mais segura para dormir é de barriga pra cima. Por mais que não pareça, essa posição tem menor risco de engasgo, de sufocamento e morte súbita. Quando de barriga pra baixo ou de lado, restringimos o espaço de respiração deles, ou seja, o ar não se espalha com tanta facilidade, fazendo com que eles respirem, de volta, o ar que expiraram, diminuindo a oferta de oxigênio.

cuidado também para não deixarem brinquedos, baba eletrônica (principalmente se tem fios), nada que possa oferecer risco de machucarem os pequenos. Quanto mais limpo e vazio o berço, mais seguro. cuidado também com móbiles, principalmente se o bebe já se levanta, senta e é capaz de alcança-los. Aqui em casa a Jojo puxou e conseguiu quebrar o dela!!

Esses cuidados são baseados nas orientações da Sociedade Americana e da Sociedade Brasileira de pediatria, visando diminuir riscos durante o sono dos bebes. São cuidados simples, que podem fazer toda a diferença.

E se você é adepta da cama compartilhada, não deixe de seguir as regras de segurança, que também existem pra essa situação! Cabelos presos, bebe nunca entre os pais, sempre entre a mãe e a parede (mãs acordam com mais facilidade aos movimentos do bebe), não praticar se for fumante, consumir bebidas alcóolicas ou remédios que interfiram no sono e cuidado com as cobertas também...

E bons sonhos a todos =)



domingo, 19 de agosto de 2018

Tornar-se Pai



Em 2005 me tornei pai. Não digo simplesmente que meu primeiro filho nasceu, mas digo de uma forma a tentar explicar a dimensão que isso significou e continua se ressignificando dia após dia desde então. Me tornei. Foi algo maior do que aquilo que eu poderia decidir ou escolher. É arrebatador, intenso, incrível, amedrontador e a força motriz mais intensa para se criar coragem. Desde a descoberta da primeira gestação (e de lá pra cá foram 4!) entendi que meu papel não seria de ajudar minha esposa no que ela precisasse, não seria daquele que ficaria com o bebê após um cansativo dia de trabalho enquanto ela poderia enfim tomar seu primeiro banho do dia, e ter ao menos 10 minutos de leve descanso. Quão herói seria eu...enfim, após um dia inteiro de atribulações referentes ao trabalho, seria um “exemplo” ajudando minha esposa em casa. Não, essa idéia não me cabia...eram meus filhos que estavam ali na barriga, eram nossos filhos; não fazia sentido eu “ajudar” em algo que era minha responsabilidade. Eu e Luciana construímos essa consciência dia-a-dia, sem traçarmos planos escritos, distribuição de tarefas ou em infinitas DR´s. Simplesmente sabíamos o que devíamos fazer, dividir, nos ajudar, ceder e cobrar. Quem nos ensinou? Nossos filhos. Simples assim

Desde o primeiro instante em que soube da primeira gravidez, tive a certeza, a nítida certeza de que minha vida mudava ali naquele instante. Pude experimentar naquele instante todo medo, amor e coragem que um ser humano pode sentir. Sobretudo o amor, sublime, único e intenso. Incondicional. Aprendi também o significado dessa palavra. E desde então fui mudado de forma intensa e maravilhosa. Cada primeiro olhar, cada toque, cada respiração junto de si reforça e aumenta esse amor. O que é ser pai? Não sei definir...não há palavras que expressem sem que se perca o sentido.

Meus amigos e as pessoas próximas sabem que sou músico nas horas vagas e que componho. Sempre me perguntaram o porquê de não ter composto nenhuma música para meus filhos. Certa vez assistindo uma entrevista do Lennon, de quem sou fã, fiquei muito tocado com uma passagem. Parabenizado pela beleza da música Beautiful Boy, feita para seu segundo filho, ele foi indagado sobre a inspiração. Ele simplesmente resumiu a história com uma reflexão sincera: a música era linda e forte sim, porém enquanto ele a compunha, estava longe de seu filho, algo que o tocava e incomodava profundamente naquele momento. Isso me marcou profundamente. E ainda que não de longe não seja talentoso quanto meu ídolo no quesito compor, creio que decidi ali naquele momento, participar intensamente da vida e do crescimento de meus filhos.

E lá se vão treze anos desde que me encontrei nesse mundo, desde que encontrei sentido nessa vida. Nesse momento as palavras me fogem e os olhos embaçam a tela do computador!

 Feliz mês dos pais!




*Por: Victor de Morais, pai do Arthur, da Alice, do Pãozinho e da Joana.