Nasce um bebê, nasce uma mãe...mas, será mesmo? Em que
momento nos tornamos MÃES? Será mesmo que a maternidade nasce somente com a
chegada física do bebê para todas as mulheres? Mães são somente aquelas que tem
os filhos em seus braços?
A construção da maternidade é um processo complexo e envolve
muito além do bebê formado nascido. Ela surge em momentos diferentes para
mulheres diferentes, e até mesmo para uma mesma mulher, em momentos diferentes da
vida.
O que envolve o tornar-se mãe? Quais sentimentos? Uma mulher
pode se tornar mãe a partir do momento em que recebe o positivo no exame,
algumas já o sentem antes mesmo. Outras vão construir essa relação e esse
sentimento ao longo da gestação ou mesmo durante o parto, quando tem em seus
braços seu filho pela primeira vez. Temos ainda mulheres que construirão esse
relacionamento ao longo dos primeiros dias ou mesmo semanas de vida do bebê. Qual está certo? Todas estão! Todas são mães,
da mesma forma, com a mesma intensidade. Não existe um “mãezímetro” ou uma
regra de em qual momento você deve se sentir mãe ou como é esse sentimento.
Mulheres que sonham com uma gestação vão sentir com mais
intensidade desde o começo, enquanto outras, pegas de surpresa por uma gravidez
não planejada, ou fruto de uma violência, podem demorar mais para construir
esse vínculo. E tudo bem. Senão, o que seriam das mães adotivas, com o coração
tão cheio de amor, uma maternidade que se constrói ao longo de anos de espera, com
um olhar, um abraço.
O que não podemos e julgar mulheres por isso.
E não podemos, também, nunca, ignorar aquelas mães que, por
algum motivo, não tem seus filhos por perto, ou minimizar sua maternidade ou
seu sentimento.
E essa e a reflexão que trago nesse dia das Mães. O que te torna
mãe? A maternidade tem a ver com toda construção que envolve aquela gestação.
Tem a ver com a expectativa, com os sonhos que foram criados. Lembremo-nos de
todas as mães que, por algum motivo, não podem estar comemorando com a cria
presencialmente, mas as tem no coração, sempre. Mãe é mãe, não importa se 6
semanas de gestação, ou 1 mês fora da barriga. Mãe é mãe a partir do momento
que escolhe ser.
Esse dia é de todas nós, pois a maternidade não tem fim, é
eterna em nosso coração. Marca nossa vida, nosso corpo e nossa alma, pra
sempre.
Em lembrança do pequeno Ariel, que tão pouco esteve comigo,
mas em 8 semanas mudou nossas vidas, me preparou para uma nova maternidade que tão logo
viria. E é sempre lembrado.
Luciana Morais
Enfermeira, especialista em Saúde Materno Infantil e Aleitamento Materno
Mãe do Arthur, da Alice, do Ariel e da Joana
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