quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Consulta Puerperal de Enfermagem


A chegada de um bebê representa uma grande mudança em todos os aspectos da vida de uma mulher – físico, emocional, social, mental. Nesse contexto o profissional enfermeiro entra, visando um atendimento integral e humanizado à mulher e ao recém-nascido, como parte de uma equipe transdisciplinar de atendimento ao puerpério.

Durante a consulta o profissional enfermeir@ encontra-se num local de escuta e acolhimento, possibilitando a formação de um vínculo com aquela mulher, fundamental para o cuidado e a prevenção de intercorrências ligadas ao aleitamento, pós-parto ou pós cirúrgico, cuidados com o bebê ou mesmo relacionadas ao próprio puerpério.

Os cuidados referentes à consulta de enfermagem incluem: avaliação da saúde da mulher e sua recuperação, involução uterina, avaliação de períneo (laceração ou episiotomia) ou cicatriz cirúrgica escuta da sua experiência de parto e maternagem até ali, trabalhando no empoderamento e autonomia dessa mulher para os cuidados. Essa avaliação permite, também, estar atento a sinais de risco para saúde mental e necessidades de intervenções em momento oportuno. Manejo do aleitamento materno, assim como reforço de sua importância para saúda do bebê e da mulher e orientações pertinentes.

Quanto ao bebê é avaliado seu bem-estar geral, eficácia da amamentação, possíveis fatores de risco (desidratação, eliminações fisiológicas, febre, reflexos, estado comportamental etc.), avaliação de icterícia, orientação quanto a cuidados gerais e higiene, além de orientações sobre as dúvidas da família acerca desses cuidados.

A consulta puerperal, para além da parte prática, caracteriza-se pela participação ativa de ambas as partes – puérpera e enfermeir@, com troca de experiências, e foco na educação  em saúde, prevenção de intercorrências e/ou intervenção precoce quando necessário, com encaminhamentos necessários em momento oportuno, além da formação de um vínculo entre o profissional e a família.

O cuidado da Enfermagem Materno Infantil visa a promoção de cuidados de qualidade às mães e bebês num momento que é muito esperado, mas ao mesmo tempo de extrema delicadeza na vida das famílias. Para isso baseia-se em evidências científicas atuais e de qualidade e recursos terapêuticos apropriados para oferecer uma assistência segura e adequada.  


 Luciana Morais

Enfermeira Materno Infantil

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Outubro Rosa e Azul

 


o mês de outubro celebramos o mês da conscientização pela perda gestacional e infantil. A campanha tem como principal objetivo trazer um olhar mais sensível para o tema, abrindo espaço para que famílias que passam por essas perdas possam se abrir, vivenciar e expressar seu luto sem medo de julgamentos. É preciso que a sociedade, como um todo, inclusive profissionais de saúde que irão receber essas famílias, estejam preparados para acolher todo o sentimento envolvido, para que o amor possa existir sempre, além da dor. E lembrando, também, que a intensidade do sentimento por um filho não é medida pelo tempo que ele esteve presente, e sim pela intensidade do sentimento que foi gerado, pelos planos e sonhos que foram construídos.
🕯️O dia 15 de outubro e o dia escolhido como o marco para a reflexão, sendo nesse dia que acontece a "Onda de Luz", movimento onde famílias de Anjos acendem velas em homenagem a seus pequenos que partiram cedo.🕯️

                                       Correção: "Netflix"



Luciana Morais
Enfermeira especialista em Saúde Materno Infantil e Amamentação

domingo, 19 de setembro de 2021

Pré Natal Odontológico


Quantas vezes ouvimos histórias de mulheres que sofreram com dor de dente na gestação e amamentação pois profissionais lhe disseram que era arriscado tratar? Então p melhor é seguir com dor, desconforto e exposta a riscos de complicações?
Um pré-natal adequado é de suma importância para uma gestação tranquila e segura, e uma parte muito importante deste cuidado é o exame odontológico da gestante. 
Muitos mitos e crenças cercam o tema, mas o fato é que existem demandas odontológicas específicas das grávidas, geradas em função da série de alterações hormonais, alimentares e psicológicas ocorridas na gravidez. Além disso, as demandas odontológicas independentes da período gestacional continuam ocorrendo, e é de fundamental importância que o cirurgião-dentista esteja preparado para atender a gestante com segurança e qualidade. Adequações específicas no manejo clínico, terapêutica medicamentosa e na solicitação de exames complementares se fazem necessárias.
Doenças bucais não tratadas podem trazer complicações não só para quem gesta, como quadros infecciosos agravados, mas também para o bebê, levando ao baixo peso e prematuridade.


Luciana Morais
Enfermeira, Especialista em Saúde Materno Infantil e Amamentação

Victor de Morais
Cirurgião Dentista

 

domingo, 12 de setembro de 2021

Gestação e uso de álcool

                                                                        OMS e CISA

O consumo de álcool por jovens e mulheres vem aumentando cada vez mais em nossa sociedade, além desse consumo ser cada vez mais banalizado. Durante a gravidez pode acarretar em danos sérios e irreversíveis à saúde do bebê, desde más formações faciais até alterações comportamentais, déficits cognitivos e doenças cardíacas. A SAF (Síndrome Alcóolica Fetal) é uma das síndromes mais frequentas e caracteriza-se por alterações orgânicas, microcefalia, atraso cognitivo e distúrbios de comportamento. Tudo isso afeta a saúde e desempenho escolar da criança, gerando altos custos às famílias e ao Estado. 

É de extrema importância salientar que não existe, na literatura atual, comprovação de uma quantidade segura de ingestão de álcool na gestação, que não apresente riscos ao feto. Qualquer dose, por menor que seja, pode ser nociva, uma vez que em poucos minutos esse álcool atinge o organismo do feto, na mesma proporção que se encontra no sangue da mãe. Porém no primeiro temos um sistema nervoso central ainda em organização, tornando mais susceptível, e um organismo que não consegue metabolizar o álcool, fazendo com que permaneça ali por mais tempo.  

Ainda que muitas mulheres suspendam a ingestão de álcool ao descobrirem uma gravidez, 15% das grávidas no Brasil ainda bebem. Além disso, até que a gestação seja descoberta, há o consumo durante esse período. Recomenda-se, então, que a partir do momento que há o desejo e tentativas de engravidar, haja a suspensão do consumo de bebidas alcóolicas como parte dos cuidados pré concepção.

A SAF não tem cura, porém é possível preveni-la 100%. Gravidez não combina com álcool. 

Para grávidas e tentantes, é TOLERÂNCIA ZERO!

09 de Setembro: Dia Mundial de prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal


Luciana Morais

Enfermeira especialista em Saúde Materno Infantil e Amamentação

Referências:

Cisa - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O Desmame


 Vivemos, Jojo e eu, no último mês, um grande marco em nossa história de amamentação, que teve início pouco mais de 4 anos e 3 meses atrás: o Desmame. 

Nosso processo teve início pouco depois dos 6 meses completos, quando iniciamos a introdução alimentar e o aleitamento não era mais exclusivo. Desde então Joana seguiu amamentando em livre demanda, mesmo após o primeiro ano, segundo, terceiro... Confesso que muitos foram os momentos em que o cansaço era grande e por muitas vezes pensei que seria eu a colocar um ponto final em nossa história, esses eram aqueles dias em que estava cansada de toda uma rotina, e ela acabava demandando mais que o normal. Mas logo esses momentos passavam e logo voltava a certeza que chegaríamos a um desmame natural. 

E esse momento chegou. Jojo foi demandando cada vez menos o "mimi", até que descobriu que poderia adormecer apenas aninhada em meus braços. E quando aconteceu meu coração apertou. Era esperado, mas quando acontece a gente sofre, pensa se e isso mesmo, sente saudade... Mas com muito orgulho da minha pequena, por ver ser crescimento assim, tão livre. Mesmo que ela siga repetindo: eu vou mimi pra sempre! hehe

Mas quando é o momento certo do desmame? Como saber que chegou a hora?

Essa é uma resposta, queridos leitores, que somente duas pessoas serão capazes de responder: quem amamenta e quem mama. Somente vocês saberão o momento em que a amamentação chega ao fim. Seja de forma natural (e sim, o desmame natural acontece, e lindo, e é a forma mais suave e sadia de desmame), ou guiado respeitosamente (quando, por algum motivo, o prazer no ato aleitar deixa de ser prazeroso e um momento de boas trocas entre vocês). O importante é que seja um momento em que você esteja em paz com a decisão, e não o faça de maneira abrupta, pois pode trazer repercussões negativas pra você e para o pequeno. Busque um profissional capacitado para te acompanhar e orientar!

E não se esqueça: leite materno não tem prazo de validade. Amamentar sempre vai gerar benefícios, seja pelo tempo que for. Amamentação "prolongada" não é problema, é natural. E sempre que necessário, busque apoio profissional. 


Luciana Morais

Enfermeira, especialista em Saúde Materno Infantil e Amamentação

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Semana Mundial de Aleitamento Materno 2021


"Proteger a amamentação ° uma responsabilidade de todos"

Boas práticas em aleitamento garantem nutrição, saúde e segurança alimentar, contribuindo para um melhor desenvolvimento das crianças a curto e médio prazo. Desta forma, ainda mais em um contexto de risco maior de saúde como o que vivemos, devemos nos lembrar sempre que a responsabilidade em garantir um ambiente seguro para o aleitamento e dever de todos, não somente de quem amamenta. 
Cabe à família apoiar e encorajar, ser rede de apoio para que a amamentação possa ocorrer. 
A empresários fornecer meios para que funcionárias possam manter o aleitamento, ambientes adequados, incentivos. Lembrando que dessa forma investe em seu próprio negócio, pois quando em um ambiente acolhedor e que facilita e incentiva a manutenção do aleitamento, tornando o retorno ao trabalho menos traumático, há melhores rendimentos, menos adoecimentos e faltas, ambientes de trabalho mais agradáveis e com maior nível de aprovação. 
E, acima de tudo, ao poder público, trabalhando em prol de promover, proteger e favorecer a amamentação, através de políticas públicas, investimento em serviços de saúde atualizados, pessoal capacitado, multidisciplinaridade nos ambientes que atendem lactantes e lactentes. Investir em licenças PARENTAIS adequadas, garantindo proteção social às famílias, entre outros. 
Amamentar é um direito, mas é preciso que sejam assegurados ambientes e recursos adequados para que o aleitamento possa ocorrer de forma continua, saudável, segura, e seja verdadeiramente uma escolha possível.


Luciana Morais
Enfermeira
Especialista em Saúde Materno Infantil e Aleitamento Materno

 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Cosleeping


Existe uma certa confusão quando usamos o termo "Cosleeping" ao falar sobre sono seguro de bebês. Muitas vezes a palavra é logo associada à cama compartilhada. Porém seu significado abrange não somente o ato de dormir com o bebê na mesma cama, mas o compartilhar o ambiente de sono, seja na mesma cama, ou no mesmo quarto, em um berço ou colchão ao lado da cama dos pais. Podemos descrever como sono compartilhado, ou quarto compartilhado.
Esta prática, atualmente, é defendida por estudiosos por promover maior segurança durante o sono. A Sociedade Americana de Pediatria orienta que a prática deve ser seguida no primeiro ano de vida do bebê, principalmente durante os primeiros 6 meses. Já a Sociedade Brasileira de Pediatria fala que o bebê deve dividir o mesmo ambiente que os pais nos primeiros 6 meses de vida. 
Mas qual a vantagem? Quando o bebê compartilha o mesmo ambiente de sono com a mãe ou seu principal cuidador há uma regulação na fisiologia dessa criança, criando uma conexão entre os padrões respiratórios, cardíacos, de temperatura, sono, diminuindo consideravelmente o risco de Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI), além de facilitar a amamentação, e melhorar o sono dos cuidadores.
Segundo James McKenna, professor de antropologia da Universidade de Notre Dame, e especialista no tema, este é o único ambiente na qual o recém nascido está adaptado (mesmo ambiente que os pais).
Caso sua escolha seja pela cama compartilhada, seguir as orientações de segurança é se extrema importância para garantir uma noite tranquila pois, sabe-se, também, que os acidentes associados à prática, estão relacionados a locais não seguros, incluindo cuidadores não aptos. 




Luciana Morais
Enfermeira
Especialista em Saúde Materno Infantil e Aleitamento Materno
 

domingo, 18 de julho de 2021

Por hoje escolho me amar...




Com todos meus defeitos e imperfeições, erros e acertos. Marcas do tempo, fios brancos. As mudanças do corpo, quilos a mais na balança, adquiridos com a maternidade ou com a saúde mental sendo colocada em ordem. Ou seja como for. 
Não. Não é algo fácil de se fazer. Não é como se apertássemos um botãozinho e como mágica todas as inseguranças e tudo mais sumissem. Mas dou um passo por dia e faço minha escolha. Eu escolho me amar e me aceitar. E quando escolho a mudança vem de dentro de mim. 

Então hoje eu escolho aceitar e honrar meu corpo, que é meu, carrega minha história, marcas de uma vida. Que carregou quatro pequenos corações pelo tempo que lhes foi necessário, que foi alimento na medida, pro corpo e pra alma. 

Dou meu primeiro para me libertar de todas as amarras impostas e que nos sufocam nesse mundo que vivemos. Para além de jornadas duplas, triplas, quádruplas, um tempo para poder olhar para mim, me reconhecer como sou, toda a beleza, não aquela que dizem que devemos ter, mas aquela beleza que é real, que é capaz de impor medo, pois sabem que nos torna capazes de tudo. 

Sei que é um caminho longo. Mas hoje escolho me amar. Mais que ontem, menos que amanha. <3


Luciana Morais
Enfermeira
Especialista em Saúde Materno Infantil e Aleitamento Materno

terça-feira, 1 de junho de 2021

Disquesia do Lactente


 

Imaginem a cena: o bebê faz força, espreme, geme, fica vermelho, aperta e...uns 20 minutos depois, faz aquele cocozão que toda mãe gosta de ver na fralda e pronto: fica como se nada tivesse acontecido. Quantas vezes ao longo da maternidade/paternidade nos deparamos com cenas semelhantes? E quantos pais se desesperaram, preocuparam, sofreram achando que seu bebê estava sofrendo com as temidas cólicas, ou gases, ou mesmo que tinha algo errado? 

Mas esse cenário costuma ser um acontecimento comum e fisiológico do bebê, causado pela imaturidade do sistema gastrointestinal, que ainda não aprendeu a coordenar os movimentos de contração e relaxamento da musculatura intestinal e do assoalho pélvico para liberar as fezes. Imaginem só: dá aquela vontade de fazer número 2. corremos pro banheiro, sentamos no vaso, ai basta fazer uma forcinha que tudo sai, não é? Não precisamos ficar pensando que força precisamos fazer ou onde precisamos relaxar. Mas para os bebês, cujo sistema neuromuscular ainda está imaturo as coisas não funcionam tão naturalmente, e vira aquela confusão. Mas aí, depois de uma pequena luta pra conseguirem se entender, finalmente conseguem liberar a pequena bomba e esse cocô sai com consistência e cores normais para um bebê. Sem sinais de constipação ou outros problemas. E os incômodos desaparecem.  

E como podemos ajudar? Primeiro respire fundo. Essa incoordenação passa ao longo dos primeiros meses, à medida que eles vão crescendo. Logo eles aprendem a evacuar direitinho. Enquanto isso criar situações que ajudem a promover o relaxamento do seu filhote: banho (balde ou chuveiro são incríveis), pele a pele (barriga com barriga), sling, massagens (movimentos circulares na barriguinha, bicicletinha com as pernas, shantala), manter em posição de cócoras e nunca oferecer nada ao bebê além do leite! Na dúvida contate o profissional que faz acompanhamento para descartar qualquer outra possibilidade. 


Luciana Morais
Enfermeira
Especialista em Saúde Materno Infantil e Aleitamento Materno

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Gestantes e Bebês X Pets


 

Com a descoberta de uma gestação ou a chegada de um bebê, muitos casais que têm pets em casa se veem numa situação complicada: “E agora? Vou ter que doar meu bichinho!” Por influência das falas de amigos, familiares e até sob orientação médica, alguns se desfazem mesmo de seus companheiros de longa data... Isso acaba por gerar um clima de muita tristeza num momento que deveria ser de extrema felicidade. Ademais, cães, gatos e até pets exóticos como coelhos e algumas aves desenvolvem laços afetivos muito fortes com seus tutores e essa separação é extremamente dolorosa para eles também. Mas será que é mesmo necessário se desfazer do bicho? É seguro que a gestante e, posteriormente, a criança tenham contato com animais de estimação?

As respostas para essas perguntas parecem muito claras, mas ainda há muita insegurança em torno dessa questão. E eu digo que sim, é absolutamente seguro para gestantes, crianças e até bebês terem bichinhos em casa. Não só é seguro, como pode ser extremamente benéfico para a saúde de toda a família, tanto física quanto emocional. Animais são seres fantásticos e podem surpreender na presença de uma gestação ou de um bebê, demonstrando comportamentos protetores e de carinho. Além disso, a relação com um bichinho desde bem cedo na infância proporciona grandes oportunidades de aprender sobre respeito aos outros seres, empatia e noções de responsabilidade, cuidado com a vida e o meio ambiente.

É muito importante, porém, que alguns cuidados sejam observados e algumas “lendas” sejam desmistificadas:

- Essencial colocar as vacinas em dia e certificar-se de que não apresentem parasitoses intestinais, pulgas, carrapatos, piolhos e doenças de pele como sarnas e fungos;

- Todos os animais que têm contato com gestantes e crianças devem ser totalmente domiciliados. Aliás, até os que não têm contato, né? Rua não é lugar de bicho! Por isso, nada de “voltinhas” sem supervisão (pode passear! Só não pode ficar dando rolezinho sozinho). Isso evita que eles tenham contato inadvertido com situações que vão trazer problemas para dentro de casa;

- “Gato transmite toxoplasmose!” Bom... Sim e não. Gatos podem ser, de fato, hospedeiros do Toxoplasma gondii e responsáveis em parte por perpetuar a doença no ambiente. Porém, para se infectar, o gato precisa comer uma caça contaminada (ratinho, passarinho – a história ali de cima do bicho que sai para a rua, ó) e caso se infecte, ele só vai eliminar os oocistos nas fezes durante poucos dias em toda a vida dele. Além disso, esses oocistos, para se tornarem infectantes, precisam permanecer no ambiente por mais de 24 horas e, para nos contaminarmos, precisamos ingeri-los. Ou seja, muito improvável pegar toxoplasmose de um gato se a higiene da caixinha for feita com frequência e lavando bem as mãos depois. A maneira mais fácil de pegar toxoplasmose é – pasmem – comendo carne mal passada e verduras mal lavadas!

- “Ah, mas os pelos/penas vão causar alergia”. Pelos e penas só causam alergias naqueles que são alérgicos a eles. Nem todos vão desenvolver alergias e só testando mesmo para saber. Geralmente, essas reações são brandas e tendem a desaparecer com o contato. Algumas pessoas até apresentam alergias gravíssimas, o que é sim um problema, mas felizmente esses casos são bem raros. No entanto, estudos mostraram que crianças que tiveram íntimo contato com animais no seu primeiro ano de vida, têm metade da chance de desenvolverem episódios alérgicos depois de mais velhas do que crianças que não tiveram esse contato.

- É importante monitorar o contato das crianças muito novinhas com os animais, principalmente os de porte pequeno e os filhotes. Na fase em que os bebês já estão engatinhando e têm mais curiosidade, eles podem segurar com força, puxar os rabinhos, arrancar pelos e colocar a mãozinha nos olhos dos bichinhos, o que pode machucá-los gravemente. Além disso, a ação da criança pode se converter em uma mordida, um arranhão ou uma bicada como defesa.

Enfim, meu conselho final é: quem já tem um ou mais pets em casa, ao confirmar uma gestação e antes de receber o bebê em casa, consulte um médico veterinário de sua confiança. Por mais que o seu médico esteja ali para cuidar de você e só quer o seu bem e o da sua família, o veterinário é o médico do seu bichinho e o profissional mais capacitado para falar sobre saúde e comportamento animal. Além disso, estudamos saúde pública e zoonoses também! Estamos prontos para orientar e tirar todas as dúvidas a respeito do assunto. Observados os cuidados com higiene e segurança, essa relação só vai trazer benefícios a todos os envolvidos e gerar muitos momentos legais, dignos de vídeos e fotos para guardar por toda vida!


Lígia de Morais Gomes

Médica Veterinária - CRMV-MG12665

@ligia.acupet