segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O Desmame


 Vivemos, Jojo e eu, no último mês, um grande marco em nossa história de amamentação, que teve início pouco mais de 4 anos e 3 meses atrás: o Desmame. 

Nosso processo teve início pouco depois dos 6 meses completos, quando iniciamos a introdução alimentar e o aleitamento não era mais exclusivo. Desde então Joana seguiu amamentando em livre demanda, mesmo após o primeiro ano, segundo, terceiro... Confesso que muitos foram os momentos em que o cansaço era grande e por muitas vezes pensei que seria eu a colocar um ponto final em nossa história, esses eram aqueles dias em que estava cansada de toda uma rotina, e ela acabava demandando mais que o normal. Mas logo esses momentos passavam e logo voltava a certeza que chegaríamos a um desmame natural. 

E esse momento chegou. Jojo foi demandando cada vez menos o "mimi", até que descobriu que poderia adormecer apenas aninhada em meus braços. E quando aconteceu meu coração apertou. Era esperado, mas quando acontece a gente sofre, pensa se e isso mesmo, sente saudade... Mas com muito orgulho da minha pequena, por ver ser crescimento assim, tão livre. Mesmo que ela siga repetindo: eu vou mimi pra sempre! hehe

Mas quando é o momento certo do desmame? Como saber que chegou a hora?

Essa é uma resposta, queridos leitores, que somente duas pessoas serão capazes de responder: quem amamenta e quem mama. Somente vocês saberão o momento em que a amamentação chega ao fim. Seja de forma natural (e sim, o desmame natural acontece, e lindo, e é a forma mais suave e sadia de desmame), ou guiado respeitosamente (quando, por algum motivo, o prazer no ato aleitar deixa de ser prazeroso e um momento de boas trocas entre vocês). O importante é que seja um momento em que você esteja em paz com a decisão, e não o faça de maneira abrupta, pois pode trazer repercussões negativas pra você e para o pequeno. Busque um profissional capacitado para te acompanhar e orientar!

E não se esqueça: leite materno não tem prazo de validade. Amamentar sempre vai gerar benefícios, seja pelo tempo que for. Amamentação "prolongada" não é problema, é natural. E sempre que necessário, busque apoio profissional. 


Luciana Morais

Enfermeira, especialista em Saúde Materno Infantil e Amamentação

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Semana Mundial de Aleitamento Materno 2021


"Proteger a amamentação ° uma responsabilidade de todos"

Boas práticas em aleitamento garantem nutrição, saúde e segurança alimentar, contribuindo para um melhor desenvolvimento das crianças a curto e médio prazo. Desta forma, ainda mais em um contexto de risco maior de saúde como o que vivemos, devemos nos lembrar sempre que a responsabilidade em garantir um ambiente seguro para o aleitamento e dever de todos, não somente de quem amamenta. 
Cabe à família apoiar e encorajar, ser rede de apoio para que a amamentação possa ocorrer. 
A empresários fornecer meios para que funcionárias possam manter o aleitamento, ambientes adequados, incentivos. Lembrando que dessa forma investe em seu próprio negócio, pois quando em um ambiente acolhedor e que facilita e incentiva a manutenção do aleitamento, tornando o retorno ao trabalho menos traumático, há melhores rendimentos, menos adoecimentos e faltas, ambientes de trabalho mais agradáveis e com maior nível de aprovação. 
E, acima de tudo, ao poder público, trabalhando em prol de promover, proteger e favorecer a amamentação, através de políticas públicas, investimento em serviços de saúde atualizados, pessoal capacitado, multidisciplinaridade nos ambientes que atendem lactantes e lactentes. Investir em licenças PARENTAIS adequadas, garantindo proteção social às famílias, entre outros. 
Amamentar é um direito, mas é preciso que sejam assegurados ambientes e recursos adequados para que o aleitamento possa ocorrer de forma continua, saudável, segura, e seja verdadeiramente uma escolha possível.


Luciana Morais
Enfermeira
Especialista em Saúde Materno Infantil e Aleitamento Materno